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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Retrospectiva Literária Sensual 2013

Última postagem do ano..... e onde está a vergonha na cara para admitir que ficou mais de 8 meses sem escrever nada por aqui ? : D Época de renovação e recomeços não é ? O melhor mesmo é fechar esse ano que foi tão importante pra mim como o ano em que retomei minha paixão pela literatura.

TAG: Retrospectiva Literária Sensual 2013


Perguntas feitas pela Michelle do "Resumo da Ópera" 

Vamos as categorias: 

- A capa do ano:






   A capa de "O rei do inverno" de Bernad Cornwell é a mais bonita do ano e uma das mais bonitas que eu já vi na vida, geralmente goto de ler livros que foram escritos em Inglês na língua original, mas com uma capa dessas quem resiste ter essa bela edição Brasileira? 

   Alem disso é uma ótima leitura, o autor representa de uma maneira bastante realista a trajetória do Rei Arthur através dos olhos de outro personagem ainda mais interessante "Derfel". Trama longa cheia de batalhas interessantes e descrições de costumes da época de maneiras muito inusitadas. O primeiro de uma trilogia é um prato cheio para os que gostam de uma leitura rica, história e batalhas.






- O título do ano:


   

   Estamos falando sobre títulos impactantes ? "Barba ensopada de sangue" com toda a certeza é o título mais criativo desse ano dentre as minhas leituras, instigante e intrigante, garante que muita gente vá conferir a contra capa conferir sobre o que o livro trata. E o melhor disso é que nenhuma sinopse consegue ajudar a desvendar esse título.

   O livro retrata a história de uma personagem que não recebe um nome, depois da morte do pai o jovem se muda com a cachorra que pertencia ao falecido para uma pequena cidade chamada Garopaba querendo desvendar a morte misteriosa do avô que não conheceu. Lá vai desenvolver relacionamentos e inimizades em uma jornada de auto conhecimento.

   Essa leitura também foi uma da melhores do ano, Daniel Galera escreve de maneira muito interessante, minunciosamente detalhada e descritiva. A leitura se torna uma grande viagem de paralelos entre homem e natureza, uma busca psicológica de identidade. É um daqueles livros que você tem que ler para entender, eu fico perdido quando tento recomenda-lo mas me considero muito sortudo de ter conhecido o autor esse ano. 



- A surpresa do ano:






   Comecei a ler "Jogos vorazes" sem grandes expectativas, queria conhecer o gênero de Y.A e já tinha visto e gostado do filme. Geralmente os livros realmente são melhores do que o filme, mas como já tinha passado uma experiencia ruim com outro Y.A comecei essa leitura com um pé atrás, por pura curiosidade e para não rejeitar um gênero inteiro por apenas um livro.

   Me impressionei muito com a qualidade da enredo, das personagens bem desenvolvidas e com o triangulo amoroso muito bem criado. É verdade que não coloco entre as melhores leituras do ano, mas realmente se tornou a maior surpresa. É uma boa diversão com bons elementos.

   A história da moça que se oferece como "tributo" no lugar da irmã menor para participar de um reality show bizarro de luta até a morte arquitetado por um governo tirânico acerta muitos pontos e consegue agregar ao gênero maior das distopias.




- A decepção do ano:







   Esse era um livro que tinha tudo para estar entre os meus favoritos do ano, considerado um clássico, belíssima capa, adaptação cinematográfica aclamada com Anthony Hopkins, muitas recomendações no Skoob.... acabou se tornando minha única desistência de 2013. 

   O livro conta a história de um mordomo que serviu na casa de um lorde inglês no período que antecedeu a segunda grande guerra e serve para demonstrar no microcosmos daquela mansão as alianças e acontecimentos políticos que levaram ao levante de poder do nazismo. 

   A verdade é que para aproveitar a leitura você deve se envolver ao ponto de passar do dia a dia comum do personagem e pensar sobre as representações de esquemas políticos da época. Infelizmente eu não consegui, me forcei a ler até a metade do livro, me enganando que um pouco mais a frente na leitura eu iria deixar de ver apenas o cotidiano maçante desse mordomo pouco interessante. 

   Diferentemente dos outros livros que já abandonei, não tenho a mínima vontade de tentar retomar essa leitura algum dia.




- A série do ano:





   Quem leva a série do ano é Edgar Rice Burroughs, com as crônicas Barsonianas, por enquanto com 3 volumes lançados no Brasil. Essa foi mais um surpresa muito agradável. A série trata de John Carter, um humano que acidentalmente cai em Barsson ( Marte ) e lá descobre que sua musculatura adaptada a gravidade da terra lhe confere um físico superior em relação aos habitantes daquele planeta. Ele pode saltar distancias incríveis e sua força é capaz de derrubar qualquer guerreiro com apenas um golpe. 

   Assim começam as aventuras de um grande guerreiro, que são feitas de muitas e muitas batalhas, alem do resgate de belas princesas em apuros ao melhor estilo cavalheiro sulista macho. A série de ficção cientifica do mesmo criador do Tarzan tem muitos elementos de ação e ficção para te manter grudado ao livro.

   Dos três lançamentos definitivamente considerei o segundo "Os deuses de Marte" o melhor, cheio de uma visão bastante crítica ao fanatismo religioso cheio de passagens excelentes para qualquer leitor se deleitar e poder refletir. O terceiro volume "Os comandantes de marte" foi o último livro do ano.





- O livro nacional do ano:









   Sim, Barba ensopada de sangue ganha mais um título nessa lista! Foi um número pequeno de livros nacionais este ano, 6 títulos. E mesmo competindo com os romances do próximo "premiado" conseguiu ser a leitura nacional mais prazerosa.




- O autor do ano (um que você tenha lido pela primeira vez este ano)









   "Nunca te li, sempre te amei." É definitivamente a frase certa para definir a relação que desenvolvi com a literatura do Jorge esse ano. Demorou muito para conhecer a obra desse senhor mas finalmente aconteceu! 

   Ganhei um volume intitulado "Jorge Amado Essencial" de presente da minha irmã. Com dois contos mais trechos selecionados de vários romances. Desde então comecei meu projeto de ler todos seus livros em ordem cronológica. Esse ano foi a vez de "País do carnaval", "Cacau" e "Suor". Alem de "A morte e a morte de Quincas Berro d'água" e "De como o mulato Porciúncula descarregou o seu defunto", os contos que constavam integralmente no livro.

   Mesmo imerso em uma filosofia com a qual não compactuo, principalmente nos primeiros romances, o Jorge conseguiu me prender em suas palavras de uma forma maluca. Os personagens dele são vivos e a maneira dele contar qualquer história te coloca no ponto de vista do autor, acabei simpatizando com as palavras dele. Como mencionei em um vlog que filmei recentemente "O Jorge Amado é simplesmente foda pra escrever".

   É uma maneira sincera de me expressar : ) 




- A pechincha ou a raridade do ano:








   O ainda não lido Anna Kariênina da Cosac Naify, livro que chega facilmente em R$100 saiu por menos de R$20 em uma promoção louca da internet : D 



- O melhor desfecho:







   O final de "The Casual Vacancy" não é um grande cena impactante mas é a conjunção do destino de todos os personagem com o fechamento do ciclo imediato de cada um deles. Escolhi esse final por que é o que melhor encerrou a história proposta e foi além da vida dos próprios personagens para englobar todo o conceito de "abandono" da obra.






- O protagonista masculino do ano:







   Sem nome e sem face o protagonista de "Barba ensopada de sangue" está constantemente procurando a própria identidade, sua determinação e busca constante de definição juntamento com o temperamento calmo, a hombridade e destreza física fizeram me sentir muito próximo do personagem. Imagino que algumas dessas características ajudem vários leitores a se associarem com ele. A história interessante e bem escrita também faz parte da escolha. 





- O protagonista feminino do ano:








   Sim eu gosto de personagens que não recebem nomes durante o enredo! A pobre governante de "A outra volta do parafuso" se engrenha em uma batalha complicada contra seres diversos e contra sua mente. Novamente a determinação, no caso em salvar a alma das crianças de que toma conta, me fez escolher essa jovem como melhor protagonista. Sua integridade e o ótimo romance de Henry James garantem uma leitura excelente na qual você acompanha a trajetória e a luta ( que vai muito alem de uma simples luta contra fantasmas ) dessa brava mulher. 






- Personagem coadjuvante masculino:








   Buell Quain foi uma pessoa. Um etnólogo americano que se matou entre índios brasileiros. No romance "Nove Noites" de Bernardo de Carvalho a figura histórica se torna um personagem. Na verdade o personagem é o principal da trama, mas o romance investiga as razões por trás de seu suicídio e ele é apenas citado então decidi que ele poderia muito bem ser eleito nessa categoria.

   Mais um personagem que ilustra uma busca no exterior um sentido para o seu interior, o auto exílio e o convívio com uma tribo tão diferente dele aparecem como meios para entender a sua identidade. Esse tema foi muito recorrente nas minhas leituras desse ano e foi também um tema muito importante para mim. 






- Personagem coadjuvante feminino:









   Nimue. Feiticeira? Ninfa? Louca? Mais uma personagem muito forte das crônicas da Arthur de Bernard Cornwell. Nimue é a órfã resgatada por Merlin juntamente com Derfel e é sua aprendiz. Sempre determinada e uma guerreira nata ela usa sua inteligencia e frieza para subjugar seus inimigos. 

   Personagem admirável e amedrontadora não deixa de conquistar o leitor pela provas pelas quais tem de passar. Sua certeza em seus conhecimentos e rituais constroem uma aura envolvente enquanto vemos ela não apenas auxiliar Derfel em sua jornada mas criar a própria história. 




- O pior do ano:









   Nessa categoria pesei esse livro e o "Dezesseis Luas", mas "Eu, Anna." leva o premio por ser o romance mais pretensioso e sem resolução nenhuma que eu já li. A única razão para não ter abandonado a leitura foi a vontade de fazer uma comparação com o filme para o segmento "Li e Vi" que faço junto com meu irmão no vlog.

   Apesar da boa premissa psicológica da autora todo o resto do livro me pareceu falso. Os personagens constroem relacionamentos e emoções em um piscar de olhos sem razões aparentes para tudo isso, em vários pontos a história vai para lugares que só funcionam na imaginação da autora, tudo muito descosturado. 

   Existe uma história policial no livro, mas você já conhece toda a ocorrência logo no inicio. Infelizmente algum suspense real seria o único ponto capaz de salvar a história. O que a autora tenta construir na verdade é uma tensão em volta de dois pontos: as decisões do investigador que vai se envolver com a investigada e a instabilidade mental dessa personagem principal. Mas a relação dos dois é muito morna e o estado mental de Anna basicamente não se altera, sempre o mesmo "quase", que "quase" chega a algum lugar.

   E Anna conseguiu ser a personagem mais sonsa que já vi na vida, chegar no desfecho pobre do livro foi uma tarefa realmente entediante.




- O melhor do ano:











































   É muito complicado escolher apenas um livro de todos no ano, então me voltei aos dois que primeiro apareceram na minha mente.

   A morte e a morte de Quincas Berro D'água foi meu primeiro texto integral de Jorge Amado, autor que se tornou meu favorito. Quem já leu sabe a obra de arte hilária que é esse conto, inteligente e extraordinário só não ganhou na categoria "melhor nacional do ano" por que não trata do tema de busca pela identidade que me foi tão marcante. Mas é um conto para relaxar e se matar de rir com todo o poder da literatura de Jorge Amado, esse pequeno exemplo demostra toda a habilidade do nosso gênio nacional.

   No empate o excelente "Crime e Castigo" que merece o título de clássico da literatura mundial. A história intrigante de Raskolnikov um jovem que pela vontade de resolver a vida financeira mata um velha usuraria e rouba alguns de seus pertences. Esse romance psicológico , um exemplo do que realmente é o gênero, se desenvolve de várias maneiras inteligentes, são muitas tramas envolta do personagem que se enlaçam e vão traçando o destino do jovem. Esse livro vai estar sempre entre os melhores da minha vida, alem da trama desenvolvida de forma primorosa o próprio estilo de escrever do autor deixa um impacto no leitor.

As duas melhores recomendações que posso fazer!






- Sua meta 2013 foi cumprida?


   Definitivamente! Minha meta esse ano ao começar o canal no youtube e abrir o blog era simplesmente criar o habito de leitura constante, sempre gostei de ler mas sempre ia adiando a compra dos títulos que me interessavam pensando "Esse livro está muito caro" ou "Vou poder ler mais tarde". Em 2012 li apenas 4 livros por causa disso, e demorei muito para ler cada um deles.

   Minha vontade esse ano era conseguir ler tudo o que me dava vontade e conhecer melhor meu gosto. A leitura é um ato muito prazeroso e estimula a inteligência de modo maravilhoso, é um estimulo a criatividade e falar sobre as leituras com amigos ajuda a desenvolver sua compreensão da obra assim como sua interpretação de textos. Fazer resenhas e criticas modela sue senso crítico para todos os sentidos da vida alem da prática em escrever texto e discursar sobre algum tema. 

   Falando em números eu li 37 livros esse ano,  se contar ainda o que abandonei e os que comecei a ler  mas ainda não terminei posso dizer com certeza que li mais de 10x o que li no ano anterior. Uma meta muito comprida :) 



- Qual é sua meta para 2014?



   Ler mais, melhor, ler novos autores e novos gêneros. Quero desenvolver meu alemão urgentemente e descobrir mais sobre livros de ensaio. Devo ter lido meu primeiro livro de ensaios esse ano e me viciei no estilo tão rico, uma relação de crítica e detalhes em volta de um tema central.





   Mas definitivamente o que mais gostei desse ano foram as amizades que fiz nesse meio, começaram com pessoas que eu admirava pelas resenhas e gosto literário e cresceram para muito mais que mentores. Um grupo de amigos sensuais e loucos que falam sobre livros, cultura e besteira até perder de vista! Um grupo de apoio maravilhoso que se ajuda a superar adversidades e quais quer outros problemas, podemos não estar sempre presentes em carne e osso mas pela internet estamos sempre unidos.

   Amo todos vocês : D

Obrigado a todos que acompanham o Vlog ou o Blog  e um feliz 2014 a todos vocês ;)

terça-feira, 14 de maio de 2013

É só isso mesmo produção ????

Um mês que não está rendendo, e eu não percebi! Fico me perguntando como aconteceu.

Estou muito decepcionado comigo mesmo, forma apenas dois livros em 14 dias do mês, praticamente metade do mês e mesmo o blog e o canal do youtube não estão rendendo.  Eu consigo olhar meus dias e entender que com o fim do semestre estou ocupado em dobro com a faculdade, e que o trabalho esse mês também foi muito puxado, passei alguns dias sem ler nada na verdade. Mas isso não pode ser uma desculpa! 

Já virou um problema que eu não posso deixar passar. As pessoas que lerem esse post podem ter a idéia de que me sinto desesperado por uma coisa trivial como quantidade de livros, ignorando o fato de que a leitura é um prazer e não uma corrida.

Mas a verdade é que o meu prazer é que está passando batido, tenho entregado meus dias a labuta pela labuta,  eu estudo e trabalho com Música que é o meu maior prazer na vida, e agora também a literatura, meus vlog e blog ( prazeres não atrelados a responsabilidades ) estão comprometidos. 

A baixa quantidade de leituras é um sintoma do problema entendem? 

São tantos autores maravilhosos que quero visitar, o tempo sempre um mestre tão subjetivo! 

Senti a necessidade de fazer uma mini meta esse mês, retomar as rédias dos meus prazeres! (Vou vender essa frase como título para a E. L James , rs ).

Estou saboreando a alguns dias meu primeiro romance de Jorge Amado, que termino hoje.



Quero completar a leitura com informações vindas de uma biografia do autor. 

Minha meta vai ser constituída em duas etapas de auto realização exatamente para não fazer da leitura também uma obrigação:

Primeira etapa: 2 livros para 2 desafios

A morte de Ivan Illich para o fórum Entre Pontos e Virgulas: 


To Kill a Mockingbird para o desafio literario 2013:


Segunda Etapa: Começar o Segundo projeto pessoal de leituras em ordem cronológica com Saramago 

  



Então me desejem sorte!!!

Abraços :D 
























sexta-feira, 3 de maio de 2013

Imoressões: Olhos de cão azul - Gabriel Garcia Marques

Livro: Olhos de cão azul  ( Ojos de perro azul )
Autor: Gabriel Garcia Marques ( 1927 - Colombia )
Editora: Record, 157 págs








Um aviso rápido aos incautos, conhecer Garcia Marques pode ser uma grande experiencia de estranhamento muito agradável !




Nessa reunião de contos do Colombiano somos levados sem preparação para a terra do realismo fantástico onde sonhos são de verdade, os mortos falam e chove semanas a fio. A escrita do autor é muito pessoal, todo leitor que quiser apreciar esses textos deve mergulhar de cabeça nas obras e entender que o entendimento universal não é uma premissa aqui.


O tema geral que liga os textos também é delicado: a morte. De uma forma brilhante o autor vasculha aspectos dessa "enimiga" e como ela pode ser encarada. Sensações e pensamentos surgem como se fossem reais e desaparecem como se não estivem lá para começo de conversa.


E o fantástico não para por ai, no conto "Nabo, o negro que fez esperar os anjos" acompanhamos os anos finais de um garoto preso no limbo entre a vida e a morte, uma família fantasma  e uma garotinha peculiar. No conto que da nome ao livro um casal discute a relação que só existe enquanto eles dormem, nos sonhos, não se conhecem na vida real. Em "Eva está dentro de seu gato" acompanhamos uma dama presa ao seu passado de mulher viva. "Dialgo com o espelho" retrata os dilemas de estranhamento que um homem pode sofrer ao se barbear. 

Nada é colocada de maneira muito convencional, como em um quadro impressionista onde os contornos não são bem definidos cabe ao leitor imaginar e interpretar o cenário e as suas explicações que permeiam os acontecimentos de cada texto. E em alguns contos um único personagem se desdobra em vários outros. 

O prazer dessa leitura me veio em sentir várias emoções e associar várias coisas a aqueles poucos elementos de texto, e de apreciar a beleza com a qual uma homem com um lápis e papel pode distorcer sua própria realidade, criar o que quiser. 



Os contos:

- A terceira renuncia
- A outra costela da morte
- Eva está em seu gato
- Amargura para três sonâmbulos 
- Diálogo com o espelho
- Olhos de cão azul
- A mulher que chegava as seis
- Alguém desarruma estas rosas
- Nabo, o negro que fez os anjos esperarem
- Noite dos alcaravões
- Isabel vendo chover em Macando 

Alguns são fácies de encontrar na internet, se tiverem curiosidade sobre o enredo de algum é só me perguntar :)


terça-feira, 30 de abril de 2013

Impressões de leitura: O rei do Inverno - Bernard Cornwell



Livro: O rei do inverno ( As crônicas de Arthur vol. I )
Autor: Bernard Cornwell - 1944, Inglaterra.
Editora: Record , 544 págs.





  O que faz de um homem, homem? É uma das perguntas que me veio a mente durante a leitura de O Rei do Inverno. Esse romance histórico tenta acomodar  fato e mito dentro de pouco mais de quinhentas páginas e responder essa pergunta.

  A história de Arthur já foi vista de aspectos muito diferentes e são os diversos autores que pouco a pouco vão transformando um mito em lenda. Cornwell não foge dessa mitificação, mas escolhe um caminho totalmente centrado na realidade.

Nimue e Merlin
  A decisão de colocar o leitor nos olhos de um personagem "secundário" ( por não ser o próprio Arthur ) traz um distanciamento do personagem principal da crônica, mas serve para demonstrar genialmente o fato de que Arthur será sempre um mito, contado da boca de um outro alguém, um alguém que nunca poderia de fato conhecer o personagem por completo, alguém que se torna um novo autor.

  Cornwell possui um estilo muito direto e descritivo como uma narração detalhada de um cenário, esse estilo não acrescenta muitas surpresas ou lirismo mas ajuda a situar o leitor no ambiente. Essa escrita se alia a narração de diversas batalhas com explicações sobre as formações de ataque e estratégias. 

Merlin e Arthur
  Apesar de riscar o fator fantástico de seu livro o autor ainda consegue satisfazer o gosto pelo mistico dos leitores com a motivação religiosa por trás dos fatos, a vida dos guerreiros está entrelaçada a fundo com um druida, um feiticeiro ou uma sacerdotisa. Essa representação das religiões antigas é parte vital na história e recebe tratamento digno, rituais e superstições são ricos.

 Existe um certo arrastamento de algumas das histórias individuais, enredos que poderiam ter sido enxugados chegando ao seu clímax mai rapidamente e diminuindo o tamanho geral do volume. Repetições muito constantes de termos e expressões também poderiam ter os mesmos cortes. 

   Diversos personagens conhecidos das lendas estão no livro: Mordred, Guinevere, Lancelot, Merlin, Nimue, Uther. Suas vidas a serviço da história que Bernard Cornwell quer contar.

  A leitura não é feita para gerar reflexões e sim para apreciar a questão de criação da história com os fatores de um passado real, as várias horas investidas trazem uma quantidade grande de novos fatos e informações.

Olha que simpático o autor! 
















sexta-feira, 19 de abril de 2013

Interlúdio - Exposição de vasos Chineses na Paulista



Enquanto vou passando por alguns problemas técnicos com o vlog vou postando aqui. 


Encontrei essa exposição por acidente na Av. Paulista outro dia, e por acidente eu quero dizer "quando eu estava andando na direção errada para chegar a um lugar que tinha visitado no dia anterior".
              



Eu não intendo da história da arte Chinesa, mas alguns desses vasos eram muito bonitos.




A vontade era de levar alguns para casa! Mas teria de trabalhar alguns meses exclusivamente para isso, rs. 

As cores mais vibrantes me chamaram mais a atenção.




Também as estatuas e um quadro.


A exposição fica até o final desse mês, em um cantinho escondido da avenida, não lembro a localização exata mas é antes do número 900 com certeza.


Abraços ;)













sábado, 13 de abril de 2013

Impressões: Realidades Adaptadas - Philip K. Dick

Livro: Realidades Adaptadas
Autor: Philip K. Dick
Editora: Aleph 2012 ( 303 páginas )





   Quais são as várias realidades pelas quais podemos passar? Qual dessas situações nos  mostram como humanos? Ou ainda, quais delas nos tornam humanos ? E somos realmente humanos afinal de contas?

   Que tal se aventurar no mundo de sua própria memória? Brincar com suas dúvidas e certezas sobre o passado? "Lembramos para você a preço de atacado" é um lema atrativo mas como o autor nos mostra, algumas lembranças foram enterradas por razão muito boas.

   Talvez então um assunto mais profundo? Se não quiser questionar a suas frágeis memorias que tal questionar o próximo? Ah sim, é muito mais fácil apontar dedos, sucumbir a paranoia. Podemos ser enganados muito facilmente, e esses enganos podem custar muito caro. A dificuldade de distinguir o humano do fac-símile levou Philip K. Dick a criar "A segunda variedade", título que pode ser aplicado a diferentes conceitos.

 Mas vamos retornar a atenção de volta a nós mesmo...depois de duvidar de nossas memorias e da humanidade dos outros o próximo passo lógico é duvidarmos de nossa própria humanidade, lendo esse texto, consegue me garantir que você é você ? "O impostor" pode estar a espreita.

    
Agora que colocamos sua existência em xeque vamos começar os processos legais, correto? É claro, não temos provas para a acusação tanto quanto você não tem as de absolvição...mas vamos ordenar uma prisão mesmo assim. Não é mais seguro ser prevenido? Não é mais justo cortar o mal pela raiz, antes que se propague? Em que relatório vamos confiar, no majoritário tao fácil de acatar ou no "Relatório Minoritário" e incerto?

   "O Pagamento" de um serviço bem prestado pela simples ilusão de um prêmio maior.Algumas vezes a prova de sua inocência está nos fatos que parecem irrelevantes, em objetos insignificantes. A verdade é que quando estamos sendo perseguidos só podemos contar com nós mesmo e nossa astucia, nossa visão de futuro. Algumas vezes, para escapar de uma enrascada é melhor trocar

   Mas do que adianta tudo isso? A verdade é que somos frágeis, pequenos e superáveis. Não existe desconfiança ou tecnologia que nos salve de nosso próprio futuro. Tentar pegar as rédias do destino é  negar nossa própria mortalidade, a mortalidade de nossa raça. Estamos fadados a adorar novamente "O Homem Dourado" que cultuávamos antigamente.   

   No final nos submetemos ao destino, ao superior, seguimos nossas vidas enquanto uma "Equipe de Ajuste" molda nossos caminhos para nós, com sorte conseguimos vislumbrar através dos moldes da realidade para voltamos ao começo para duvidar de você, de mim, de todos.

    Essas foram exatamente as sensações que tive ao ler os contos dessa coletânea inédita de um dos mestres da ficção-científica. A dúvida, sempre a dúvida. 

      





PHILIP KINDRED DICK (1928 - 1982 )







quinta-feira, 4 de abril de 2013

Discussão: A outra volta do parafuso



Tópico para discussão dos temas do livro, contem SPOILERS

Leia a resenha aqui: Impressões 


Clique em "Mais Informações >>" para ler


Impressões: A Outra volta do Parafuso - Henry James




Livro: A Outra Volta do Parafuso ( The Turn of The Screw - 1989 ) 
Autor: Henry James 
Edições: http://www.skoob.com.br/livro/112773-outra-volta-do-parafuso








   Sutileza é uma arte do passado. A proeza de aterrorizar as pessoas, de colocar emoções a flor da pele e de mante-las querendo mais disso apenas com o poder de sua proza é um feito para poucos. É verdade que uma obra como A outra volta do parafuso causa medo real na época em que foi publicada, mas depois dessa leitura posso afirmar que o livro ainda tem o poder provocar o suspense no leitor, em algum ponto sua imaginação toma conta do seu lado mais racional, é ai que Henry James se instala para contar uma boa história de fantasmas. 

   Nesse livro vamos conhecer a luta de uma mulher muito jovem, mas determinada, uma mulher lutando contra forças que desconhecemos, e isso é verdade para qualquer interpretação que você tire da história. A personagem principal demonstra garra para tentar proteger as crianças sob sua guarda de influencias que querem tomar conta delas, de sua pureza e de suas vidas. 


   Não espere pular da cadeira com surpresas e imagens horrorosas ou com outras formulas conhecidas, o tratamento do assunto na mão do autor é sutil. Toda a ação vai se passar dentro de nossas cabeças e da mente da governanta, tudo isso orquestrado para gerar dúvidas constantes e fazer com que nós mesmos criemos o suspense, maquinando as ações de antagonistas calmos e silenciosos.

   Enquanto a linguagem diferente e estilo de escrita podem ser um empecilho no começo, vale muito a pena chegar até o terço final do livro, onde o texto intricado vai dando lugar a diálogos intrigantes mas que não esclarecem de maneira direta nenhum dos mistérios levantados. 

   Para conhecer o enredo melhor e mais da minha opinião sobre o livro veja o vídeo ai em cima.     
                                                                                       











quarta-feira, 20 de março de 2013

Impressões: O sentido de um fim - Julian Barnes

   



   De vez em quando nos deparamos com uma leitura um pouco mais intrigante, até especial. Foi isso que aconteceu comigo nos último dias.


Livro: O Sentido de um Fim ( The sense of an ending )
Autor: Julian Barnes
Editora: Rocco, 2012 ( 159 páginas )


O design da capa é simples mas muito belo
   Esse é um livrinho que engana, passei a maior parte da leitura considerando o "fim" do título tão somente como o fim da vida, mas é muito mais que isso. Julian Barnes utiliza seu personagem Tony, um senhor divorciado que passa da marca dos sessenta, para dialogar livre e profundamente com o leitor sobre várias questões filosóficas. 
   
  Um acontecimento na vida de Tony obriga a rever os anos de colégio, as relações com amigos e namoradas da época, a consequência é uma analise da sua vida, e descobrir que talvez ele a tenha deixado passar, aceitado a vida que veio, reprimido algumas memorias. E assim acompanhamos as reflexões desse homem tão comum mas tão interessante. Em momento algum a narrativa parece um texto acadêmico e é repleto de questionamentos. 

   Separado em duas partes, a primeira com relatos da sua vida no colégio e os amigos, um deles em especial, extremamente inteligente e que considerava muito, fazia-o refletir. A segunda já no presente quando recebe de herança uma quantia em dinheiro e uma carta, mas um item faltando no espolio vai obriga-lo a entrar em contato com uma antiga namorada e com isso rever emoções e lembranças. 

   Na juventude a contraposição com a vida de personagens de romances, as ideologias que deveriam ser seguidas a risca, a ilusão do saber, o sentido de que não podemos desperdiçar a vida que temos: controle e "aventura". 

   Na velhice a batalha com nossas memorias - "História é aquela certeza fabricada no instante em que as imperfeições da memória se encontram com as falhas da documentação". A comparação com os ideais da juventude, a descoberta de verdades do nosso passado. 
Esse é senhor de 67 anos que vai roubar sua atenção

   Como eu disse, apesar de falar muito do passado de um senhor de idade o autor não deixa de dialogar com todos que queiram ler, a questão da idade é quase que um disfarce. Fiz muitas marcações no livro dentre frases que marcaram e idéias que me fizeram pensar, mas fico com o sentimento que deixei passar muita coisa também. 

   Acho que o que me fez sentir apego com o livro foram os pensamentos que tive baseado na história, a escrita/narrativa em si não me chamou atenção em especial, mesmo a história é muito simples, não é uma grande trama com vários pontos diferentes, um simples resumo poderia fazer o livro parecerem entediante na verdade.

   Mas não é o caso de como está escrito, e sim do que está lá, depois da superfície. Senti prazer e angustia durante a leitura, a edição com capa dura em inglês entrou para minha lista de urgência. Você pode ler sem medo, vale a pena para pensar sobre o fim; o fim vida, dos relacionamentos, dos desejos, dos enganos, das memórias...