Título: Como me tornei estúpido / Original: Comment je suis devenu stupide Autor: Martin Page ( França ) Editora: Rocco, 2005. 185 páginas
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Nesse livro super curto acompanhamos a jornada de Antonie, jovem intelectual de 25 anos, na sua descendência a estupidez.
Cansado dos estigmas e isolamento sociais, de toda a infelicidade e melancolia que sente por pensar de mais, e por analisar tudo, o protagonista decide que a melhor maneira de acabar com esses sentimentos de angústia é deixar de se importar, deixar de pensar, ou seja se tornar estúpido.
Martin Page utiliza seu personagem para nos mostrar o caminho mais fácil que podemos tomar. É comum dizer que quanto mais inteligentes, mais infelizes nos tornamos; esse livro analisa o outro lado da questão.
Será que estupidez é realmente melhor? A banalização do pensamento vale a pena?
Com um humor sarcástico o autor coloca esse ponto de vista a prova e cria diversas situações inusitadas para Antonie, que servem para rir ( um humor sempre inteligente ) e para chocar.
Recomendo o livro para: pensar e rir levemente durante as viagens de ida e volta do trabalho e escola/faculdade que são exatamente os momentos em que pensamos sobre os pontos que o livro aborda.
A edição da Rocco é bonita e tem o tamanho de um livro de bolso, leve e prático para levar a qualquer lugar com material de qualidade. O preço do livro até a data do post começa em R$15,00 nas lojas virtuais.
No novo romance da
autora vamos acompanhar a vida cotidiana e os acontecimentos na
cidadezinha de Pagford após a morte de Barry Fairbrother. Barry
fazia parte do conselho da cidade e sua morte deixa um vaga nesse
conselho, começa então na cidade um duelo (nem sempre silencioso)
para preencher a vaga.
A autora utiliza a
morte do personagem como o estopim para discussão do tema do livro.
O conselho paroquial, a cidade e seus habitantes estão divididos em
dois polos, os que gostariam de ver a porção da cidade vizinha de
Yarville, que é chamada de “Filds”, ser entregue novamente a
jurisdição de Yarville; e os que defendem que Pagford deve
continuar responsável por aquela extensão e seus custos. Na mesma
disputa está em pauta o destino da clinica para reabilitação de
drogados ( que aluga um prédio administrado pelo conselho de
Pagford) frequentativa principalmente pela população dos Fileds.
O “Fields” é um
área subsidia pelo governo, com casas de construção popular, onde
se concentram todos os moradores pobres da região, e podemos
comparar a situação do local com as favelas Brasileiras, apesar da
infraestrutura diferente o desenvolvimento social é o mesmo, com
proliferação do tráfico de drogas e vandalismo.
Para as famílias
conservadoras da cidade próspera de Pagford não existe razão para
sustentar vagabundos e drogados que “nunca trabalharam um dia de
suas vidas”, mas para habitantes como Barry Fairbrother, que
cresceu no Fields, a a ministração de Pagford é essencial para
mudar a vida de habitantes que, como ele, só tem a chance de crescer
na vida por causa das vantagens oferecidas por Pagford.
Todo o enredo do livro
segue as vidas de diversos núcleos familiares interligados, são
MUITOS personagens e o começo do livro é dedicado a apresentar e
descrever cada um deles ( o começo da leitura é um pouco arrastado
por causa disso ) e esse é um ponto da escrita muito característico
da escritora, a maneira como ela consegue dar vida a cada um dos
personagens com sua descrição de pequenos fatos e da maneira como
eles se vestem, você reconhece cada um deles facilmente.
“...Ela era uma
mulher baixa e robusta com a cara larga e singela, que cortava o
próprio cabelo cada dia mais grisalho – a franja por vezes um
pouco torta – usava roupas de tecidos caseiros, de variedade
artesanal e gostava de adornos feitos de sementes e madeira. A saia
de hoje pode ter sido feita de serapilheira, que ela combinou com um
grosso cardigã verde ervilha. Tessa quase nunca se olhava em
espelhos longos, e boicotava lojas onde isso era inevitável”
[ Pág 41 - Tradução Livre]
Eu senti em todos os
pontos da história e que fica muito claro a posição politica da
Rowlling, e isso é claro nos personagens que são caricatos, apesar
de todos lutarem com os próprios dramas e nenhum ser considerado
santo, os “vilões” da história tem atitudes e características
físicas que me fizeram sentir um desprezo grande por eles.
Mesmo os habitantes que
lutam pela causa “justa” não são perfeitos e tem suas razões
particulares, mas a construção deles me levou a sentir pena ou
gostar deles, a ver a posição deles mais de maneira mais favorável.
Os adolescente da trama
são definitivamente os mais cativantes, os que mudam mais, eles sim
eu pude entender mais claramente, ou perdoar em certos pontos.
Depois do primeiro
terço do livro é que a história engrena de verdade e eu senti
vontade de continuar acompanhando o que acontecia em cada uma das
casas, e cada personagem diferente que representa um problema social
diferente, que serve para desmitificar o convívio aparentemente
perfeito e superior da cidade de classe media e alta, para aproximar
essas pessoas das menos sortudas que vivem no Fields.
Chega a um ponto no
livro que eu marquei quando eu senti que literalmente todos os
personagens estavam escolhendo fazer a própria vida miserável.
Deixou um gosto comigo de desespero mesmo.
São muitos temas
pesados tratados de forma direta e alguns vezes com muitos palavrões,
o que para muitas pessoas foi forçado, mas eu não tive esse
sensação, pra mim ajudou a deixar os personagens mais reais.
É muita coisa
acontecendo no livro, muita informação e muitos personagens,
algumas você se perde um pouco nos detalhes se perde um pouco com a
mudança constante no ponto de vista de personagem para personagem,
mas nada que desestimule a leitura.
Eu recomendo o livro
que carrega a mensagem da autora de maneira forte e bruta, com todas
as qualidades na narrativa que me fizeram gostar da Rowlling na saga
de Harry Potter. E por falar nessa série, acho que vale comentar que
os dois livros tem muito a ver sim. Os dois são histórias boas que
a autora conta para transmitir um mensagem social ao leitor, mas no
caso de Harry Potter essa mensagem vem junto de uma dose de magia
para aliviar a situação, em “Morte Súbita” essa mensagem vem
na forma de um soco no estômago.
Nesse livro
acompanhamos a história da primeira aventura de Bilbo um hobbit que
vive pacificamente com os seus no condado. Hobbits são criaturas muito
pequenas com grandes pés e que vivem em tocas no chão, mas tocas
arrumadas, confortáveis e mobiliadas com um grande despensa.
A história começa
quando Bilbo recebe a visita de Gandalf, o mago, que procura o
descendente da família Tûk para participar de uma aventura. Bilbo
apesar te memórias do mago e realmente pertencer a essa família de
hobbits audaciosos, não queria saber nada sobre aventuras e perigos
e sim de viver sua vida pacata e confortável dentro da toca.
Gandalf não se
convence e “força” o Hobbit a conhecer um pouco mais sobre a tal
aventura ao convidar 13 anões para a casa de Bilbo. Ele está sendo
convidado a participar como um ladrão para o grupo de anões que
está em viajem para retomar o que é deles de direito. O grande
tesouro e a fortaleza da montanha solitária onde seus antepassados
viviam antes da chegada de Smaug, um temível dragão que ,atraído
pela grande riqueza dos anões , ataca a montanha e expulsa os anões
de lá tomando o ouro e prata para si.
Bilbo inicialmente se
vê aturdido com tudo aquilo mas, como descobrimos com a leitura, acaba por se juntar a expedição mesmo que “sem querer”
com a promessa de 1/14 do tesouro.
O narrador da história
é onisciente mas se foca principalmente em Bilbo. Algumas vezes ele
descreve o que ocorre em outro local longe do grupo principal e
algumas vezes esse narrador interrompe a história por algumas linhas
para fazer uma relação com outra aventura, ou com o futuro, mas
volta ao texto original dizendo que é uma história para outra hora.
Então esse narrador está na verdade conversando com o leitor e não
apenas contando a jornada.
É um livro curto e de
leitura muito rápida, ele descreve o que acontece sem muitos rodeios
ou filosofias. Mas apesar de ser curto acontecem muitos eventos
diferentes na história, o que acarreta uma sensação de correria na
narrativa
Os personagens
principais são:
Bilbo, que muda bastante ao longo da jornada,
passando do ladrão assustado e sem experiencia a um hobbit corajoso,
que descobre novas coisas sobre si, apesar das mudanças no
comportamento dele serem brusca.
Os treze anões,
que na verdade são tratados como um único personagem, nenhum deles,
com um breve exceção ao final do chefe Thorin, desenvolve uma
personalidade própria e identificável, algumas
vezes o escritor descreve um pouco de dois ou três deles e dá uma
voz a Thorin, mas ele está sempre falando pelo grupo. Na maioria
das vezes são tratados em uníssono como “os anões”, “os anões
fizeram”, “os anões disseram”, sempre com a mesma opinião.
Mas é um grupo engraçado.
O Mago Gandalf é o
personagem mais conciso da história, e acompanha a jornada até a
metade do livro , é um mago inteligente e poderoso, muito ativo em
situações de aperto, tem a personalidade forte e impactante mesmo
não acompanhando a história toda.
Uma gama rica de tipos
e personagens secundários também são apresentados, mas nenhum
ganha muito desenvolvimento.
Outro ponto forte do
livro são os variados apuros em que os personagens se metem, como eu
disse, são tratados apresadamente, e muitas vezes se resolvem por
milagre, mas são situações que mereciam um desenvolvimento mais
profundo.
O que acontece é que
durante o livro todo o autor chega em um ponto que começa a crescer
em tensão, aumenta e pede um resolução de acordo, que nunca vem, o
que vem na história é uma resolução mágica que me deixou
desanimado, meio que broxa a narrativa entende ?
Talvez a explicação
esteja no fato de que Tolkein escreveu o livro para seus filhos
pequenos e não pensava em publicá-lo, tem vários pontos fortes
sim, tem um mensagem muito boa na história sobre amizade e ganancia,
escondida sobre a aventura na terra média. Realmente por tantos
acontecimentos você chega ao final com um pensamento de que leu
muita coisa, um livro bem mais longo. Talvez então seja o caso de
não começar a ler as histórias desse mundo por este livro, talvez
começar pela saga dos Senhor dos Anéis, e se você gostar do mundo
que lhe foi apresentando, complementar a leitura com O Hobbit.